Ryan Murphy, criador e produtor executivo de “Glee”, falou sobre o motivo que ele escolheu para falar sobre o tema do “bullying gay” no episódio de terça-feira, chamado de “Never Been Kissed”. Nesta entrevista o Sr. Murphy responde as questões levantadas pelo episódio, em que Kurt (Chris Colfer) conhece Blaine (Darren Criss), um estudante gay de um grupo rival do “Glee Club”, e fica até um valentão quando o perseguem por ser gay, enquanto seus colegas do coral estão atormentando a treinadora Beiste (Dot Jones) sem perceberem. (Um último aviso que, se você ainda não assistiu esse episódio, no entanto, esta entrevista tem vários detalhes sobre o episódio de ontem, então contém SPOILERS!).
Neste episódio nós conhecemos Blaine, que se torna uma espécie de modelo para Kurt. Você não está dando a si mesmo e para a história uma maneira fácil do que está acontecendo de verdade? Isso não evita o assunto de adolescentes gays que se sentem sozinhos, porque não conhecem ninguém que é gay?
Eu acho que esse personagem é fascinante, porque ele é incrivelmente forte e, baseada na [música] que nós fizemos na série, “Teenage Dream”, a música teve milhares de acessos. As pessoas realmente estão se identificando com esse personagem e nem sequer eles o conhecem ainda.
Mas também acho que ele está atormentado porque, como diz o Kurt no enredo, “Eu corri” Coloquei meu rabo entre as pernas e eu deixei a minha situação e me arrependo disso. Eu não acho que ele é um cavaleiro que chega em seu cavalo branco e diga “Nós estamos aqui, nós somos estranhos, se acostumem com isso”. Eu acho que ele tem um grande ódio de si mesmo e deseja que ele mesmo fosse diferente, e essas coisas vão se desenrolar ao longo da temporada – tentando corrigir o que ele percebe como fraqueza e maldade de sua parte. Eu não escrevi uma espécie de personagem heróico como Clark Kent.
Mas também acho que ele está atormentado porque, como diz o Kurt no enredo, “Eu corri” Coloquei meu rabo entre as pernas e eu deixei a minha situação e me arrependo disso. Eu não acho que ele é um cavaleiro que chega em seu cavalo branco e diga “Nós estamos aqui, nós somos estranhos, se acostumem com isso”. Eu acho que ele tem um grande ódio de si mesmo e deseja que ele mesmo fosse diferente, e essas coisas vão se desenrolar ao longo da temporada – tentando corrigir o que ele percebe como fraqueza e maldade de sua parte. Eu não escrevi uma espécie de personagem heróico como Clark Kent.
Nós também ficamos sabendo que Kurt está em conflito com sua própria sexualidade. Isso certamente acontece na vida real, mas, novamente, não evita o problema de pessoas que são simplesmente fanáticos ou intolerantes?
A virada que o personagem tem é baseada em alguém na minha vida que eu conheço que fez isso. Alguém que regularmente e rotineiramente batem em outros garotos gays e os agridem com palavras [ofensivas] e os ameação, e a verdade da questão é, ele se aceitou e teve que ir num psiquiatra para tratar do inferno que ele causou em tantas pessoas através de seus próprios problemas. Eu vou dizer que não é o bullyung ou apenas a homofobia que surgirão a partir dessa história nesta temporada. Eu não acho que você pode apenas atormentar uma pessoa por causa do seu próprio segredo. São apenas pessoas que odeiam os gays e os atormentam por causa do seu preconceito e ódio, e os personagens precisam ser explorados também. Eu acho que nós temos feito isso na série e vamos continuar dazendo isso.
Você quis incluir especificamente a treinadora Beiste, que é provocada pelos cantores do coral rival, para mostrar que o bullying não tem de ser evidente para prejudicar alguém?
Sim, nós realmente queríamos fazer um episódio sobre isso, mas obviamente não é, onde todo mundo é jogado pelos armários de sua escola. Existem diferentes formas de crueldade que as pessoas se safam. Esse episódio é completamente sobre prestação de contas. Se você pode mudar todas as mentes jovens impressionáveis e torná-los conscientes das conseqüências de suas ações e todas as formas de crueldade, eu acho que é um presente formidável.
Como o público de "Glee" continua crescendo, você está preocupado que alguns espectadores não vão querer continuar assistindo histórias sobre um personagem gay?
A história de Kurt está mais detalhada nesta temporada, mas não é como se nossas histórias fossem cem por cento gay. Há um personagem gay no grupo e que quando nós decidimos concentrar-nos na história dele que seria a história A mas também contamos, as histórias B, C e D. Houve um monte de histórias de amor heterossexual em nossa série nesta temporada. De fato, noventa por cento da história são sobre os personagens – Finn e Rachel, ou Chord (Overstreet) e Dianna (Agron), ou Tina e Artie, ou Artie e a Brittany ou (John) Stamos e Jayma (Mays). Esta é uma série sobre um clube de coral. Não é uma série sobre lutadores profissionais ou pessoas sem moral.
Você disse que a história sobre bullying não será apenas neste episódio. Como você irá trabalhar outros personagens para ele?
No início, é sobre o personagem de Chris Colfer, certamente. Mas nós nos aprofundamos nas histórias dos episódios, será sobre como todas as outras crianças são torturadas e intimidadas. O garoto na cadeira de rodas. A menina judia. Porque se só focar no Kurt, todos eles vão ficar cada vez mais atormentados. Portanto, não é apenas sobre bullying gay – é sobre todos os tipos diferentes que acontecem nas escolas. E como realmente, também, isso é sobre como os educadores lutam com o que fazer e quando e como fazê-lo. Isso é algo que nós estamos gastando muito tempo e energia explorando – a culpabilidade dos professores e como, espero, vamos esclarecer um pouco sobre o estresse e pelas lutas, que em muitos distritos escolares, as suas políticas estão erradas.
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